IIA elabora manual sobre o uso da água no meio escolar

Data: 05/08/2020
IIA elabora manual sobre o uso da água no meio escolar

O Instituto de Investigação em Águas (IIA), instituição tutelada pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior  (MCTES), está a desenvolver um manual de Educação para o uso sustentável da água no meio escolar, denominada “Manual de Educação "Água no Meio Escolar”.

Trata-se de uma actividade inserida no âmbito do programa Água e Educação no Meio Escolar dos PALOP, que visa reforçar a colaboração e a construção de modelos culturais e comportamentais que possam contribuir para que os recursos hídricos beneficiem as gerações presentes e vindouras.

O programa água e Educação no meio escolar dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) foi criado pela UNESCO-PHI em parceria com a Fundação WET (Water Education for Teachers/ Educação Hídrica para Docentes) no âmbito de um memorando de entendimento assinado na Cidade da Praia, durante o Fórum Internacional da Água em 2012.

Segundo Roda Nuvunga Luís, Directora do IIA, o manual deverá abordar temáticas como a valoração económica da relação entre os ecossistemas e a água; os indicadores da qualidade da água, e os métodos de avaliação e as acções de monitorização; os métodos de tratamento da água nos laboratórios e a nível domiciliário; a aplicação da Ecohidrologia na avaliação da qualidade da água; a importância dos laboratórios de água e alimentos e sua relação com a saúde pública; entre outros assuntos.

Orçado em 35 milhões de meticais, a produção do manual prevê a capacitação contínua dos educadores; as condições básicas para as escolas ministrarem as matérias do Manual entre outras.

 Na ocasião, Roda Nuvunga Luís referiu que o mesmo deverá ser usado para prevenir a eclosão de doenças de origem hídrica e será implementado numa primeira fase nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, que tem sido palco de epidemias como a cólera e recentemente a pandemia da COVID 19, devendo o manual ser replicados em todas províncias do país. 

Segundo a Directora do Instituto de Investigação em Agua, Roda Nuvunga Luís, os objectivos da realização do catalogo estão em consonância com as prioridades definidas nas estratégias governamentais dos PALOP e nos instrumentos globais tais os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, sendo que Moçambique está representado neste programa através do IIA, instituição tutelada pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional.

Como explica a Directora do IIA, a realização do manual sobre água no meio escolar, enquadra-se da missão do IIA que é “realizar, promover e criar condições para a realização de investigação científica que responda aos principais desafios do sector de águas, tendo em conta o papel da água como recurso vital para a promoção do desenvolvimento sócio- económico do País”.

Aliás, a Directora do IIA refere que a educação sobre a água no meio escolar apresenta-se como uma ferramenta fundamental para fortalecer e ampliar as capacidades necessárias para uma gestão sustentável dos recursos hídricos, particularmente nesta fase em que Moçambique, a semelhança de outros países do mundo enfrentam a pandemia da COVID- 19.

“O sucesso para a implementação deste programa, depende da consciencialização e envolvimento de todos os sectores da sociedade”, salientou a Directora do IIA.

Recorde que a água é um recurso natural essencial para a existência da vida no planeta Terra e tem um grande valor social, económico e ambiental, sendo que em 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução 64/292, declarou o acesso a água potável e ao saneamento básico como um direito humano fundamental.

Contudo, Roda Nuvunga Luís, refere que a nível global, persistem desafios para a consagração efectiva do acesso a água potável e ao saneamento básico, como seja a distribuição geográfica diferenciada dos recursos hídricos; crescimento demográfico; actividades antropogénicas insustentáveis; mudanças climáticas e a fraca disseminação/adopção das boas práticas de gestão das águas.